
Ela “sempre se arriscou” e “nunca teve medo das vaias”, pois “estas fazem parte da vida de todo artista”. Foi assim, mostrando que continua sem papas na língua, que Wanessa Camargo lançou recentemente seu 6º CD, Total, em São Paulo. Em entrevista coletiva, a filha de Zezé Di Camargo falou sobre o novo trabalho e o amadurecimento profissional. O álbum, que já chegou às lojas, traz 15 faixas com o pop romântico que consagrou a cantora – algumas compostas pela própria Wanessa. “Compor é como uma caixinha de Pandora que vai se abrindo, são coisas que vêm de dentro”, disse ela, que assumiu gostar de compor “de madrugada”. A primeira música de trabalho é uma versão do sucesso das Dixie Chicks, Not Read to Make Nice, que recebeu o nome de Não Tou Pronta Pra Perdoar. “Escolher música de trabalho é uma coisa intuitiva, pois a gente prioriza o que acha que pode estourar”, declarou, antes de conversar com a reportagem.
Criar sua empresa [com o marido Marcus Buaiz] foi o passo decisivo para a maturidade de sua carreira?
-Com certeza, porque os artistas brasileiros usam muito a empresa familiar. Mas é necessário uma equipe para direcionar melhor. Minha mãe estava procurando, de alguma maneira, dizer que precisava viver a vida dela, ajudar meus outros irmãos. Por isso, busquei uma equipe focada no profissional, em que cada um é responsável por sua área, não existe uma só cabeça. Você se apresenta mais sensual neste novo trabalho.
Por que escolheu aparecer assim?
-Não sei se é “mais sensual”, mas com mais atitude. Eu acho que as novas músicas conduziram a imagem do CD. Houve uma evolução até nos assuntos abordados e nos arranjos, que são mais ousados do que os outros discos. O CD tinha de vir mais com essa atitude, mas sem perder o romantismo. As músicas traduzem isso, como o forró Me Pega de Jeito, As músicas traduzem isso, como o forró Me Pega de Jeito, em que eu falo absurdos, mas que toda mulher tem vontade de dizer. Também trago a leveza, essa coisa de estar amando, feliz. Acho que o nome do CD é Total por isso, pois cada música é um momento diferente da vida.
Você radicalizou o visual. Cortou os cabelos, emagreceu...Hoje se sente em paz com sua imagem?
-Antes, nem passava pela minha cabeça cortar os cabelos. Agora, quis urgente fazer alguma coisa, queria me ver com outra cara. Pensei em fazer a mudança para o CD, pois, como já disse, o disco traz esse amadurecimento. Ele me traz com diferentes aspectos, com uma voz mais madura. Esse trabalho é um marco.
Você já disse que, em certas rádios, não tocam sua música por preconceito. Você ainda sente que ser filha do Zezé Di Camargo atrapalha?
-Isso sempre vai acontecer, mas não fico mais preocupada com isso. Vou ser parceira de quem é meu parceiro. Às vezes, a gente fica refém do preconceito ou da boa vontade dos outros. Mas todo cantor tem seus obstáculos e que bom que eles existem para que possamos vencê-los.
Compor com seu pai não reforça sua imagem de filha de sertanejo?
-Tenho o maior prazer e o maior orgulho de trabalhar com quem eu considero um dos melhores compositores do Brasil. Ele é um poeta e, para mim, é o maior aprendizado. Tenho o maior orgulho e não ligo nem um pouco para quem não quiser tocar as minhas músicas.
Falando em família, muitas vezes a imprensa dá mais importância para sua vida pessoal do que para sua carreira. Isso a incomoda?
-O artista tem de ser o mediador disso. Eu tento negociar, como agora que preciso falar do meu CD. Se o jornalista me pergunta como está meu casamento, não vejo problemas em dizer que está ótimo, estou feliz. Eu não me sinto invadida com isso. Mas é uma luta constante, pois eu acredito que meus fãs querem saber muito mais do meu trabalho do que da minha vida.
A carreira-solo da Sandy pode colocar em pauta aquela antiga rivalidade de vocês?
-Não vejo mais isso. A gente tem uma relação de muito respeito. Ela e o Junior têm 17 anos de carreira. Tenho de bater palmas, dar meus parabéns. Estou há sete anos na música e sei que não é fácil. Digo de coração que torço para que eles sigam um caminho bacana.
Sinceridade?
-Quero concorrência, pois quanto mais gente tiver, mais espaço o mercado vai dar para as cantoras pop. As mulheres estão precisando de mais espaço.
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